quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Critica : "Mary Poppins Returns"

"Mary Poppins" de 1964 lançou Julie Andrews ao cinema  mundial e se tornou um sucesso quase que imediato. Daquele ano para 2018, se passaram mais de 50 anos... é um mundo novo e diferente, com adultos e crianças diferentes dos que existiam na década de 60 e fazer um novo filme de Poppins era algo impensável e impossível; não podiam tocar em um dos bens mais preciosos da indústria. A decisão da sequência, nas mãos experientes do talentoso Rob Marshall, se mostrou como um dos maiores desafios da indústria criada pelo homem sonhador de Chicago.



Canonicamente, o novo longa se passa mais de vinte anos após a redenção de George Banks no clímax do filme original. O mundo está abalado com a Grande Depressão, Londres está mais cinzenta do que nunca e amontoada de desempregados, Michael Banks ( Ben Whishaw) e seus três filhos estão prestes a perder o número 17 da Rua das Cerejeiras por falta de dinheiro.  Mary Poppins volta com seu guarda chuva e sua mala de carpete e se instala novamente na residencia em busca de conectar o patriarca com sua criança interior e, ao mesmo tempo, salvar a casa dos Banks.

Embora não tenha o mesmo charme que seu antecessor, Mary Poppins Returns captura nosso afeto pela personagem como se fosse uma cobra e a cada referencia e música, nos vemos mais presos nessa artimanha armada pela Casa do Rato. O filme foi feito com maestria e com paixão,  tanto pelos dentro quanto pelos fora de tela. Sim...é uma história básica, mas a do original também é e os dois longas conseguem cumprir seus objetivos com sucesso: passar uma mensagem e em meio a música e desenhos. Esse novo filme, alem de servir como uma sequencia, serve para introduzir a icônica personagem a uma geração nova, onde poucos sabem de sua existência e muitas vezes a confundem com outra babá encantada. Mesmo sendo uma sequência, a história encanta e diverte, de uma maneira diferente do original.

A animação tradicional está na tela para remarcar as pilastras que sustentaram o estudio por quase sete décadas. A fluidez dos personagens desenhados e animados foram de deixar qualquer um boquiaberto. Quando a cena animada acaba e nos vemos novamente na casa nº17, queremos mais desse mundo mágico existente dentro de uma tigela de porcelana


Emily Blunt está praticamente perfeita em todos os sentidos, servindo como a sucessora perfeita para Julie Andrews; Lin Manuel-Miranda é Jack, um acendedor de lampiões que sempre tem um sorriso no rosto, sendo o "Bert" da aventura. O restante do elenco trabalha com maestria, desenvolvendo todos os personagens de uma maneira única, indo de uma prima excêntrica interpretada por Meryl Streep até cameos brilhantes de Angela Lansbury e de Dick Van Dyke



As músicas oferecidas ao público prometem se tornar classicas no futuro, com estilo remetente as criadas pelos Irmãos Sherman para o clássico de 64

"Mary Poppins Returns" é uma das melhores obras que o estúdio oferece nos últimos anos. As novas gerações poderão desfrutar de um filme de Mary Poppins feito de forma unica, e carregado de significados, tanto para o estúdio que o fez, quanto para as pessoas que desfrutaram


Espero que tenham gostado
Um abraço
Miguel

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