domingo, 17 de fevereiro de 2019

"The Nutcracker and the Four Realms"... o que pensar sobre?

O camundongo que deu origem a Disney completou noventa anos em novembro de 2018, mesmo mês que a primeira adaptação do estúdio do clássico "Quebra-Nozes" chegava aos cinemas. Infelizmente, o ousado longa protagonizado por Clara Stahlbaun foi uma bomba, sendo arrasado tanto na bilheteria quanto nas críticas.


A história é uma mistura de clássicos: Clara enfrenta o luto no primeiro natal após a perda da mãe. Decidida a descobrir o que o último presente da matriarca esconde, A jovem adolescente se encaminha para a grandiosa festa natalina dada por seu padrinho. No meio da festa, Clara se vê a caminho de um mundo nevado, conhecido como Quatro Reinos ( que dá nome ao longa). 

Clara encontra Philip, um soldado quebra-noz, que lhe revela algo surpreendente: Marie, mãe da menina, foi a criadora daquele mundo e sua Rainha, fazendo da jovem Stahlbaun uma princesa. Ela é apresentada aos Regentes e aos mundos mágicos de três dos reinos... o quarto porem, é uma ameaça para todos 



A jovem princesa então, decidida a equilibrar os Quatro Reinos novamente, parte para a batalha contra a misteriosa Mãe Ginger... mas nem tudo é o que parece

Tal filme, talvez quisesse se aproximar de uma sequencia direta do clássico de 1816 "O Quebra nozes e o rei dos camundongos" de E.T.A Hoffman e carregaria nuances do balé de Tchaikovsky durante as quase duas horas de duração. A construção da história carrega elementos de contos de fadas anteriores: "O mágico de Oz", "Crônicas de Narnia" e até o controverso "Alice no País das Maravilhas" dirigido por Tim Burton

O longa protagonizado por Mackenzie Foy e Keira Knightley tinha bastante potencial mas seu potencial acabou sendo desperdiçado por um roteiro rápido com soluções ridículas. A troca de diretores durante as refilmagens foi um grande influenciador no fracasso que o filme sofreu em quase todas as criticas.Como quase todos os atuais filmes "originais" da casa do rato, o filme colocou em tela um mundo de possibilidades mas não teve ousadia em criar uma história  cativante interligada a isso

Os reinos, mencionados com grande fervor no título e nos materiais de divulgação, não tiveram muita relevância e sequer foram explorados em sua glória. A maior parte dos eventos se  passa dentro do enorme castelo que fica no centro de tudo e na floresta que um dia foi a terra da diversão. O único regente que tem destaque é a Fada Açucarada, mas de uma maneira que a plateia não esperava

Mackenzie Foy, que dá vida a nossa protagonista, mostra que é mais do que uma boneca de porcelana com expressões vazias... Ela é um diamante bruto na área da atuação, que começou a ser (bem, diga-se de passagem) lapidado. A veterana Keira Knightley, por outro lado, transita entre atuações boas e medíocres como a irritante Sugar Plum. Helen Mirren e Morgan Freeman são dois talentos desperdiçados. A vencedora do Academy Award de Melhor Atriz tem pouco tempo de tela, mas arrasa como Mãe Ginger, sempre com chicote em punho; Freeman encarna o enigmático Drosselmeyer com maestria, mas tem menos de cinco minutos de tela para mostrar o seu talento


Embora a história tenha inúmeras falhas e o filme em si seja bastante superficial, a mitologia criada por ele deveria ser explorada mais a fundo, em outros tipos de material, sejam eles dentro ou fora das telas. Algo que também merece profundo reconhecimento são as categorias práticas do longa
Quase todos os cenários foram construídos nos mínimos detalhes e guardam segredos que foram mal aproveitados nessa versão fraca do roteiro. Os figurinos guardam segredos e detalhes de cada personagem, com babados e apetrechos que variam entre os mais simples para os mais elaborados.

A cena do balé, em que uma bailarina conta a história dos Quatro Reinos, é um dos ápices do longa metragem. O cenário e a musica fluem de de maneira maravilhosa juntos enquanto Misty Copeland nos encanta com cada passo de dança e com cada salto.


"The Nutcracker and the Four Realms"  pode não ter deixado a marca que queria, mas é um filme divertido para se assistir com a familia e que merecia mais desenvolvimento para atingir as grandes massas. Com a mitologia quilométrica, existe material o suficiente para produções pequenas, como séries e mais livros que consigam nos apresentar a esse mundo mundo fantástico. Que essa ideia seja cogitada e entre como uma proposta de entretenimento do inédito streaming da empresa : A Disney+

 

Espero que tenham gostado
Um abraço
Miguel