quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

"E com vocês, Dumbo!!!"

 Em julho de 2014, anunciaram a adaptação em live-action do clássico "Dumbo",  quarto longa-metragem feito pela companhia de Walt Disney. A animação de 1941 encantou  ( e encanta) milhões ao redor do mundo, com a cativante história do filhote elefante que possui a habilidade de voar.  No primeiro semestre de 2015, a revelação de Tim Burton como diretor desse novo longa dividiu  opiniões.




Tim Burton é um diretor norte-americano conhecido por seu estilo gótico, pálido e com fortes influencias do macabro. O californiano sexagenário foi o principal responsável por inúmeros clássicos de Sessão da Tarde nas décadas de 80 e 90, como: Edward Mãos de tesoura, Batmans Returns, Ed wood , Marte Ataca , entre outros.  Burton também foi um dos principais responsáveis pela popularização do Stop-Motion. Algumas obras produzidas ou dirigidas por Tim usando essa tática são: O Estranho Mundo de Jack, James e o Pêssego Gigante, A Noiva Cadáver e Frankewinnie.

Além disso, Tim Burton foi o diretor da adaptação que deu origem a era dos live-actions; o seu "Alice no país das maravilhas" de 2010 serviu como ponto de partida para todas a adaptações (e readaptações) que vieram e que estão por vir. Sua escolha para dirigir um filme como "Dumbo" pegou muitos de surpresa.


"Dumbo" foi lançado em outubro de 1941, poucos meses antes dos ataques do Império Japonês contra a base naval americana localizada em Pearl Harbor. A história do pequeno elefante é considerada uma das mais belas e mais melancólicas do estúdio. O longa, de somente 64 minutos, serviu de origem para momentos icônicos do cinema: Quem nunca se emocionou com a elefoa aprisionada ninando seu filho por entre as grades? Ou se assustou, quando os elefantes-cor-de-rosa começaram a saltar pela tela?

Até o momento, dois trailers do longa foram divulgados e a atmosfera nostálgica e melancólica se mantem em quase todos os momentos. As prévias liberadas deixam claro que a tristeza encrustada na animação foi ampliada e, provavelmente será desenvolvida. Diferente do longa da década de 40 , os animais não falam e personagens humanos tomaram seu lugar.



Enredo:

"Holt Farrier ( Colin Farrel) , um ex-artista de circo que voltou da Segunda Grande Guerra, é contratado por Max Medici (Danny DeVitto) para tomar conta do filhote de elefante recém-nascido. Seus filhos descobrem que o animal, que possui um par de orelhas descomunais, tem a capacidade de voar. Ao descobrir isso, o ganancioso empresário  V.A Vandemere ( Michael Keaton) vê uma oportunidade de se beneficiar com as habilidades do animal."

O longa promete se tornar, para muitos, um clichê óbvio e de final meloso, onde teremos subtramas desnecessárias e atuações a desejar. Mas, embora seja recebido com receio, o novo longa planeja tratar de um assunto que tem vindo a tona nas últimas décadas: O circo e o uso de animais nele.



Os Elefantes e o Circo 

 O uso de animais selvagens em apresentações circenses é datado desde a Grécia Antiga. Até quarenta anos atrás, as performances com animais eram programas para todas as famílias, como uma maneira de adultos e crianças presenciarem feras das savanas africanas e das florestas tropicais.  Eu mesmo, nos primeiros anos da minha infância,  fui a um show desses e me encantei com os animais.


Na década de 40, período em que ambos os filmes se passam, a presença deste tipo de espetáculo era algo fenomenal e de grandes proporções. Com o decorrer das décadas, os maus tratos enfrentados pelos animais passaram a se tornar mais evidentes para o público. Embora inúmeras espécies de animais tenham sofrido nessa instituição, os elefantes merecem um pouco mais de espaço nesse determinado quesito.

O martírio dos elefantes de circo começa em seus primeiros dias de vida, quando estes são separados de suas respectivas mães ( aparentemente, no live, teremos algo semelhante com a Senhora Jumbo). Depois da separação , os animais são colocados em isolamento para , depois, prepararem para o inicio do treinamento.  O treinamento consiste em uma básica tortura, onde os FILHOTES são amarrados em posições nada naturais e feridos com bullhooks . Muitos destes animais não conheceram outro tipo de vida se não a cheia de abusos e acabam se revoltando contra seus treinadores e executados por isso.


A ideia de circos com animais é inconcebível no cenário atual. Em "Dumbo" aparentemente, teremos a representação positiva e negativa da instituição, sendo a Dreamland de V.A Vandemere o aspecto negativo e o Medici Bros Circus o aspecto positivo, onde o protagonista tende a ficar no início. Mas muitos fãs anseiam por um final diferente do original, onde Dumbo e sua mãe não trabalhem mais no circo. Há oitenta anos, o final seria satisfatório, mas esse final em um longa dos dias atuais acabaria por deixar um gosto amargo na boca dos fãs



E vocês? Acham que Burton consegue passar uma mensagem usando Dumbo?
Espero que tenham gostado ( e não tenham chorado)
Um abraço
Miguel



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