sábado, 30 de março de 2019

Crítica -"Dumbo"

Um dos clássicos mais amados da Casa do Rato é "Dumbo". A animação, mesmo que muito curta, conseguiu  apresentar uma história sobre superação e aceitação das diferenças, em um mundo dividido pela Alemanha hitlerista e suas ideias de supremacia. Quase oito décadas depois, a história do elefante voador volta as telonas, pelas mãos do excêntrico diretor Tim Burton. Mas não esperem uma cópia do desenho, como foi " A Bela e a Fera" em 2017: a animação circense  passou por uma boa repaginada

Como foi com "Malévola", vemos a história de Dumbo com outros olhos. Substituindo os animais falantes, temos uma trupe circense diversa e colorida, com o foco recaindo sobre a família Farrier, que acaba de passar por duas grandes tragédias. Já no núcleo animal, conhecemos uma elefanta velha e rechonchuda e seu filhote com orelhas absurdamente grandes que é transformado na chacota do circo.  Os filhos de Holt Farrier, no entanto, descobrem que o pequeno paquiderme possui a capacidade de voar. Dispostos a reunir o filhote e a mãe ( separados após um acidente), os irmãos passam a treinar com o animal com a intenção de transforma-lo em um astro. O sucesso do pequeno Dumbo atrai olhares, incluindo o do empreendedor V.A Vandevere, que planeja um controverso futuro para o protagonista.

Burton, com seu estilo único e peculiar, consegue nos transportar para dois mundos completamente opostos: O decadente Medici Circus, que reflete o mundo pós-Primeira Grande Guerra, e a colorida Dreamland, representando uma América preparada para os "Loucos anos 20". Com sua vasta experiencia com "Outcasts", ele consegue colocar Dumbo em uma outra perspectiva e equilibrar a história, sem colocar o elefantinho a sombra dos personagens humanos. Como não faz a muitos anos, Tim faz bem o que lhe é entregue e nos apresenta seu melhor filme em anos


Os efeitos práticos e especiais são um show a parte. Os cenários colossais conseguiram criar duas atmosferas circenses completamente diferentes. O visual do Medici Circus transmite o encanto dos circos tradicionais do início do século XX, mas carrega a essência de um negócio decadente a beira da falência. Já a elaborada Dreamland , carrega a ideia de que tudo é possível e mágico, se assemelhando aos parques temáticos planejados pelo visionário Walt Disney. O CGI utilizado para criar o protagonista e sua mãe é impecável, conseguindo transmitir as emoções dos paquidermes mesmo com um rápido vislumbre em seus olhos

O roteiro do filme, diferente de seus visuais e atmosfera, é raso e pouco surpreendente. A expansão da história acaba se desenrolando de maneira rápida e previsível, com muitos diálogos mecanizados e óbvios. A inclusão de humanos na história é um saldo positivo, mas a falta de desenvolvimento de determinados integrantes da aventura pesa. O figurino, cortesia da excepcional Collen Atwood, está maravilhoso... Ansioso com a possibilidade de sua 13ª indicação ao Academy Awards de melhor figurino


Cada ator consegue trabalhar bem com o que lhe é entregue: Danny DeVito brilha como um mestre de cerimonias trambiqueiro; Eva Green despeja elegância como uma acrobata francesa; Michael Keaton consegue mostrar várias de suas facetas com seu V.A Vandevere e Colin Farrel faz um bom trabalho como Holt Farrier . A iniciante Nico Parker, filha da atriz Thandie Newton (Westworld), nos entrega uma personagem superficial, sem qualquer motivação e sem expressões


Embora "Dumbo" erre em nos apresentar uma história profunda, o filme está longe de ser uma experiencia ruim, se assemelhando aos filmes de estética Burtoniana da década de 90 e suas primeiras obras do século XXI, tendo mensagem principal é coerente aos novos tempos .É um longa agradável para  se assistir com a família ou em uma  tarde de sábado.

VEREDITO: 8/10

 E vocês? Já assistiram o novo filme?
Espero que tenham gostado
Um abraço
 Miguel

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